Adentre o mundo místico de 'Além das Torres', onde a protagonista Íris se vê repentinamente aprisionada dentro de um livro repleto de propriedades encantadas. Nesta envolvente jornada, Íris enfrentará desafios e aventuras, descobrindo as histórias das cinco lendas que habitam as páginas deste livro.
'Além das Torres' não é apenas um jogo, é um lugar de memórias dedicado a resgatar, preservar e disseminar as lendas da encantadora cidade de Torres, no Rio Grande do Sul. Este jogo sério digital oferece uma experiência única, com seis fases cuidadosamente elaboradas para conectar a educação para o século XXI com a rica cultura imaterial de Torres.
Prepare-se para mergulhar em um universo fascinante, onde o patrimônio cultural se entrelaça com a tecnologia dos jogos, proporcionando uma imersão inigualável na história e na cultura deste local singular.
Enquanto o jogador acompanha as aventuras da Iris, ele irá aprender sobre a seguintes lendas:
Elemental da Natureza, criatura mitológica cujas lendas sobre sua existência remontam ao século V, mas ganham expressividade através dos relatos do alquimista Paracelso no século XIV. Guardião do meio ambiente. Vive entre as florestas, nos troncos ocos de árvores e junto às minas de ouro. Nas Torres milenares, sua lenda liga-se aos rochedos do Parque Estadual da Guarita. Aparece aos pescadores e visitantes em noites de lua cheia. Surge do nada! Pelas fendas das falésias, com suas vestes espalhafatosas e coloridas, seu gorro, e com um gestual amplo.
Figuras mitológicas que encantam os homens por sua beleza e canto, e deixam no ar um certo mistério: o que querem, realmente? Longos cabelos coloridos, meio corpo de mulher, meio de peixe, figura com presença constante em regiões litorâneas. Nas Torres , surgiam junto às misteriosas e milenares Furnas, onde uma única e linda sereia, subitamente, aparecia perguntando ao surpreso e incrédulo pescador se ele tinha " um pente".
O Amor é capaz de milagres, até mesmo fazer nascer uma lagoa! Assim é a Lenda da Lagoa do Violão, criada pelas lágrimas de Ocarapoti, “Flor Silvestre” em tupi-guarani, ao chorar a morte de seu amado Puiára, aquele que tem o dom do som, da música. Marinheiro espanhol náufrago que, agarrado a seu violão, salvou-se na praia e com ele, e suas músicas, alegrava e encantava os nativos locais. Entre eles Ocarapoti, a bela filha do cacique. Mas, conforme os rituais e a tradição nativa, acabou morto, para desespero de Ocarapoti.
A Lenda do Homem-Seco tem por origem a Revolução Federalista ocorrida no Sul do Brasil entre os “maragatos” e o governo, no final do século XIX. A prisão e a morte do “maragato” Manoel Rodrigues da Silva, trazido às Torres amarrado pelo pescoço “na corda”, morto e estaqueado. Conforme ordens militares, seu corpo não poderia ser sepultado. Foi salgado e envolto em um couro de boi seco. Enterrado, a terra o devolveu; jogado ao mar, esse também o devolveu; colocado numa fogueira, o couro e os restos do corpo não queimaram.
Onde há piratas há sempre brigas, confusões, traições...E sempre, sempre...um tesouro! Não é diferente nas lendárias Torres que escondem entre suas furnas e rochedos uma fortuna em joias, diamantes, dobrões e patacões de ouro e outras preciosidades. Guardados num baú pelos piratas, depois de saques aos navios. Jacques, o Caolho, era um deles, com seu tapa-olho característico. Uma briga que termina em traição e morte entre eles, seus comparsas e os seus companheiros do navio.
Lamônaco foi um padre popular e líder que viveu e morreu nas Torres no final século XIX. Tinha um enorme casarão de dois pisos na Vila e ali morava com as duas filhas, uma biológica, a “Picucha”, filha de uma escrava negra que também ali morava, e outra adotada. Morto na primeira década do século XX, seu corpo foi sepultado no antigo cemitério existente em cima do Morro do Farol. Seus ossos foram levados à Igreja de N.S. do Amparo, na então Colônia São Pedro.